terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Boas Festas e muita saúde e disposição de luta em 2011

Olá
Neste ano que se encerra, agradecemos primeiramente por estarmos vivos e possamos celebrar junto a nossa família e amigos. Nunca podemos nos esquecer deste fabuloso presente, a vida, que deve ser celebrada e valorizada a cada dia.

Que neste Natal você possa ter Jesus em seu coração. Não pelos presentes que poderá ganhar ou pelos votos de Feliz Natal que irá receber, mas sim pela grandeza de seus pensamentos e pela magnitude dos seus gestos.

Que possamos rever o passado para melhorar coletivamente o nosso futuro e que a justiça possa ser nossa nova lente para ver e construir um amanhã diferente, com amor florescendo em todos os cantos do mundo. Que possamos nos indignar e lutar contra tanta ganância, indiferença e sofrimento que assola nosso país.

Passamos mais um ano de muita luta e resistência. Muitas das ações seriam impossíveis de concretizar se não tivéssemos contado com sua contribuição. Compartilhamos aqui algumas delas:

* 1º ano do Cursinho Preparatório Pré-Universitário e preparatório para Concurso Público;

* Oficinas de conscientização sobre temas diversos: eleições e cidadania, Direitos das Mulheres e combate a violência, Direito Ambiental e defesa do Meio Ambiente;

* Curso de formação política: Introdução ao Marxismo;

* Participamos de diversos atos/mesas: Campanha “O Petróleo tem que ser nosso!”, em defesa da Flaskô – Fábrica Ocupada a 7 anos pelos trabalhadores em Sumaré, em defesa da Cultura em Campinas, Dia do Meio Ambiente, Desafios Jurídicos do Terceiro Setor, reuniões Conselho Editorial do Jornal Brasil de Fato, ato em comemoração aos 5 anos da Escola Nacional Florestan Fernandes, apoio a ABSW - Associação Brasileira da Síndrome de Williams, Tribunal Popular, Entrevista no programa Justiça e Democracia na ALLTV, Diálogos a Margem com Ferrez e Chacal, Bate papo com Sérgio Vaz da Cooperifa, palestra: A linguagem do Império com Domenico Losurdo, Lançamentos dos livros: “Antologia da noite em claro” de Bruno Ribeiro e “Meneghetti, o gato dos telhados” de Mouzar Benedito, ato do Dia Nacional contra abuso e exploração sexual infantil em Campinas, Batuque da Solidariedade na Casa de Cultura Fazenda Roseiras, Ato contra a derrubada do Casarão Histórico na Av. Júlio de Mesquita/Barreto Leme, Ato em apoio ao aumento salário dos servidores públicos de Campinas, Ato em favor das reivindicação dos trabalhadores do judiciário, Manifestação Sáfica, Parada LGBT de Campinas, Treinamento Brigada de Incêndio, Ato contra Mudança Código Florestal Brasileiro, Ato público contra a Homofobia e a violência, ato contra Praça Médici na PUC Campinas, Audiência contra governo de SP que prejudica cooperativas de serviços, Ato Dia da Consciência Negra em Campinas, participação na Semana Jurídica da PUC, participação no debate “Direito e Movimentos Populares” na PUC, comemoração 30 anos da SOS Ação Mulher e Família, Encontro sobre violência contra mulher da CEF, plantio de árvores em Barão Geraldo, abaixo-assinado contra Mudança Código Florestal Brasileiro, abaixo-assinado contra os pedágios no estado de São Paulo, Luta no Campo Belo, Jd. Lisa e Barão Geraldo,

Mais uma vez, convidamos você a lutar conosco neste ano que irá principiar, pois para enfrentar as dificuldades, quanto mais pessoas com beleza no coração, mais fácil será. Cremos em Carlito Maia “Nós não precisamos de muitas coisas. Nós só precisamos uns dos outros”.

Deixamos um poema de Cecília e desejamos boas festas e muita saúde para entrarmos com muita disposição em 2011. Para você e toda a sua família.

Marcela Moreira e Rafael Moya

INSTITUTO VOZ ATIVA

Natal na Ilha do Nanja

(Cecília Meirelles)

Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam "substantivos próprios" e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.

Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.

Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: "Boas Festas! Boas Festas!".

E ninguém, pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel... É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!

Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Na Ilha do Nanja é assim. Árvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com pedrinhas, areia: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.

É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.